quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Dilma manda Itamaraty dar 'toda assistência' a gaúcha presa na Rússia

10/10/2013 12h40 - Atualizado em 10/10/2013 14h30

Ana Paula Maciel, do Greenpeace, está detida desde 18 de setembro.
Ela e outros ambientalistas foram acusados de crime de pirataria.

Do G1, em Brasília
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (10), por meio do microblog Twitter, que determinou ao ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) que dê "toda assistência" à gaúcha Ana Paula Maciel, militante da organização ambientalista Greenpeace e detida na Rússia durante um protesto em 18 de setembro.
A presidente disse que pediu a Figueiredo um "contato de alto nível" com o governo russo a fim de que seja encontrada uma "solução" para o caso da brasileira.
Mensagens da presidente Dilma no Twitter (Foto: Reprodução )Mensagens da presidente Dilma no Twitter (Foto: Reprodução )
Ana Paula foi presa com outros 27 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas independentes. Eles foram acusados formalmente de pirataria depois de tentarem realizar uma ação de protesto numa plataforma de petróleo na região do Ártico, a partir de um barco do Greenpeace. A pena para este tipo de crime pode chegar a 15 anos de prisão.
Bióloga brasileira Ana Paula Maciel aguarda sua audiência no tribunal russo neste domingo (29). (Foto: AFP Photo/Greenpeace/Dmitri Sharomov)Bióloga brasileira Ana Paula Maciel enquanto
aguardava audiência no tribunal russo no
domingo (29). (Foto: AFP Photo/Greenpeace/Dmitri
Sharomov)
Cartas
A mãe de Ana Paula, a transportadora escolar Rosângela Maciel, disse nesta quinta (10) que recebeu cartas da filha. Ela disse que Ana Paula teve a "sorte" de ficar em uma casa de detenção onde é "bem tratada", ao contrário de outros detidos.
As cartas foram escaneadas e encaminhadas pelo Itamaraty por e-mail à administradora Telma Maciel, irmã de Ana, nesta segunda-feira (7). "Na maneira do possível ela está bem. Não está sendo maltratada. Disse que sai para caminhar uma hora por dia, e que o Greenpeace está dando toda a assessoria da parte higiênica e coisas para eles comerem fora do horário. O Greenpeace está fazendo tudo que você possa imaginar. Ela está tentando, na maneira do possível, passar o tempo lendo e escutando música", disse Rosângela.
Rosângela também desabafou sobre a notícia divulgada pela polícia russa, de que foramencontradas drogas dentro do Arctic Sunrise. Segundo ela, não eram narcóticos, mas medicamentos usados em caso de eventualidades quando a tripulação ficava em alto mar. Os remédios ficavam guardados em um armário e apenas o médico tinha acesso.
"Este armário foi arrombado e eu fico imaginando o que eles fizeram nesse navio. Se a polícia chega em uma casa e não tem ninguém, e eles têm a liberação do juiz, vão arrombar a porta. Mas eles estavam no navio, porque não foram ver quem tinha a chave? Estão querendo torcer a situação porque fizeram uma bobagem", afirmou.
O comitê de investigação com sede em Moscou indicou, em um comunicado, ter achado na embarcação produtos entorpecentes, aparentemente dormideira (papoula) e morfina, assim como equipamentos tecnológicos suspeitos. Esses equipamentos tinham "um duplo propósito e poderiam ser utilizados não apenas para fins ecológicos", acrescenta o comitê.
"Qualquer declaração de que drogas ilegais foram encontradas no navio é pura invenção", respondeu o Greenpeace em nota. A organização diz que mantém uma rigorosa política contra drogas recreativas a bordo dos seus navios. "Antes de deixar a Noruega rumo ao Ártico russo, o navio foi vistoriado inclusive por um cão farejador, como norma padrão.
Perfil
A bióloga Ana Paula Maciel, de 31 anos, morava em Porto Alegre e faz parte do Greenpeace desde 2006. Ela já foi detida em outras duas manifestações da ONG.
No mesmo ano em que entrou no Greenpeace, a brasileira foi detida em Santarém, no Pará, após participar do bloqueio do porto de carga e descarga de soja da empresa multinacional Cargill. Na ocasião, eles protestavam contra a destruição da Amazônia e o avanço das plantações de soja na região.
Em 2009, Ana Paula foi detida durante uma ação no Caribe. O Greenpeace não soube precisar quantos dias ela ficou presa nas duas vezes, mas afirmou que foram "poucos dias".
O Greenpeace informou que a brasileira integra atualmente a tripulação fixa da embarcação Arctic Sunrise, utilizada para ações ambientais na região do Ártico. Longe do Brasil desde o dia 11 de junho, a previsão inicial era de Ana Paula voltar ao país no fim de outubro.
Imagem divulgada pelo Greenpeace, feita nesta terça-feira (24), mostra Ana Paula (em destaque) com outros membros da tripulação a bordo do navio ‘Arctic Sunrise’ enquanto são rebocados pela guarda costeira russa (Foto: Greenpeace/AP)Imagem divulgada pelo Greenpeace, feita em 24 de setembro, mostra Ana Paula (em destaque) com outros membros da tripulação a bordo do navio Arctic Sunrise enquanto eram rebocados pela guarda costeira russa (Foto: Greenpeace/AP)






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