segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Leilão de Libra pode criar marca ‘Made in Brasil, by China’

seg, 21/10/13
por Thais Herédia |

Num cenário já visto antes na história deste país, o governo de Dilma Rousseff dará a maior cartada de seu mandato para atrair investimentos para o Brasil. O campo de Libra, que será leiloado nesta segunda-feira (21) é o ativo mais rico e mais importante que o Brasil já dispôs e ofereceu à iniciativa privada – o pré-sal!
No biênio 1997-98, o governo FHC privatizou a Cia Vale do Rio Doce, o monopólio estatal da Telebras e a Eletropaulo (principais operações). Foi uma briga danada. Dezenas de liminares e muitos protestos durante os leilões marcaram a administração de Fernando Henrique como “privatizadora”.
Superadas as barreiras ideológicas (e psicológicas), a presidente Dilma inaugura a temporada de exploração privada do maior tesouro nacional dos últimos tempos. Todos os números de Libra impressionam: R$ 150 bilhões em investimentos; 8 a 12 bilhões de barris de petróleo; construção de pelo menos 10 novas plataformas de exploração; 1500 km² de extensão e a lista segue.
Do campo das especulações vêm muitas informações e apostas sobre a realização do leilão. Ninguém tem um motivo claro para explicar a debandada das grandes petrolíferas do mundo na disputa. A análise mais comum identificou o grau de intervenção do governo como justificativa. O peso das estatais da China na disputa também chama atenção.
Com ajuda dos chineses ou não, a Petrobras está levantando os cabelos dos investidores quando eles veem a lista de “tarefas” da grande operadora do campo de Libra. Algumas de suas atribuições: a operadora providencia os recursos humanos e materiais para a execução das atividades. Deve, por exemplo, viabilizar a utilização de novas tecnologias e implementar as contratações necessárias à execução das operações.
Serão pelo menos 5 anos de obras, megaobras! O petróleo “pessoalmente” só deve aparecer para o mundo a partir de 2019. A Petrobras já está emaranhada com seus próprios cabos e conexões para fechar o caixa no azul este ano. A gestão das finanças da companhia acabou de levar um rebaixamento por uma agencia de classificação de risco.
O ideal é que o vencedor seja aquele que tenha muito dinheiro, muita confiança no Brasil e disposição à beça para enfrentar os desafios que aquela espessa camada de sal oferece para entregar seu tesouro. Além das “camadas” que o Brasil tem na superfície… Fontes ouvidas por “O Globo” afirmam que apenas um consórcio – liderado pelos chineses – vá participar do leilão. Se eles forem mesmo os vencedores, teremos uma nova marca no mercado: “made in Brazil, by China”.

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